Por culpa do isolamento social que há quase dois meses
mantém fechados muitos setores da atividade econômica, inclusive os
restaurantes que consomem grande parte de sua produção de camarão, a maior
fazenda de carcinicultura do Brasil – a Potiporã, do grupo cearense Samaria,
liderado pelo empresário Cristiano Câmara, anunciou nesta quinta-feira, três
decisões.
Reduziu em 50% a produção de camarão da fazenda, fechou a
metade dos seus laboratórios, onde trabalham técnicos nacionais e estrangeiros,
e demitiu 400 dos seus 1.200 funcionários, que retornarão tão logo e a
pandemia do coronavírus e as atividades econômicas sejam retomadas.
Esta coluna ouviu a informação do próprio Cristiano
Maia. Falando com voz de tristeza e lamento, ele revelou que “não deu mais
para prosseguir produzindo sem vender”.
Os estoques da Potiporã - que se localiza no litoral Oeste
do Rio Grande do Norte – estão cheios, e mesmo as vendas por meio de “delivery”
não os reduziram.
“Temos estocadas duas mil toneladas de camarão e não temos
a quem vender, pois os restaurantes continuam fechados”, informou Cristiano
Maia, que acrescentou:
“Infelizmente, temos de reduzir custos em todas as áreas da
empresa. Estamos dispensando um terço de nossa força laboral, e esta decisão
nos corta o coração, mas a esperança é de que essa pandemia desapareça logo e
todos esses nossos colaboradores retornem ao trabalho”, disse ele, cheio de
esperança.
Nas redes sociais, Cristiano Maia tem recebido a
solidariedade de seus colegas empresários - seu grupo Samaria atua na indústria
da construção civil, na construção, recuperação e manutenção de rodovias, na
indústria de rações para animais e na pecuária leiteira e de corte, na criação
de cavalos e também na agricultura, produzindo milho.